Algumas vezes me pego pensando em como meu Awen flui.
Em como meus textos vêem a mim pelo sopro em meus ouvidos.
Sopro cujo ar perpassa entre as árvores, me trazendo a sabedoria das antigas vivências.
E, portanto penso na quantidade de minha produção escrita.
Permita-me viver o pulsar da vida, o canto dos ventos e a dança dos seres!
Pois minha inspiração vem de um lugar que nem ao menos sei explicar.
Com uma frequência que não sei lhe mostrar.
E quando ocorrerá, não tenho poderes para imaginar, nem ao menos questionar.
“Implícita” está a forma como os seres mundanos vêem o mundo.
”Redundante” é a forma para explicar como, nós em nossa grande maioria, nos esquecemos do pulsar e do fluxo.
”Previsto”, é a palavra que uso para descrever como, aos poucos, fizemo-nos sair do ritmo para criar uma rotina.
”Entrelinhas” é a forma como me sinto julgado por não seguir o “previsto”, ou apenas a forma como interpreto as pessoas, já que acredito que em prática elas podem ser diferentes do que penso.
Permita-me viver o pulsar da vida, o canto dos ventos e a dança dos seres!
Pois minha inspiração vem de um lugar que nem ao menos sei explicar.
Com uma frequência que não sei lhe mostrar.
A inspiração tem em cada um, uma forma de tocar.
Pois a valorização do que escrevo não se encontra em uma frequência, não consigo faze-lo.
Pois meu aprendizado não está nas técnicas vigentes, não consigo segui-las.
Minha forma de ser não se adequa aos modelos propostos, por vezes apenas parcialmente os incorpora.
E minha forma de fazer arte não me faz sentir culpado, faz-me engrandecer a alma.
Não saístes à floresta e ouvistes uma belíssima canção de pássaros todo dia.
Nem todos os dias são sol e a maré dos mares pode jogar-se furiosa em cima de teus ombros.
A lua às vezes some, o sol às vezes esfria e trovões às vezes ensurdecem.
Então, para que conheçamos as dádivas é preciso que o céu insinue cair sobre nossas cabeças.
Portanto, permita-me viver o pulsar da vida, o canto dos ventos e a dança dos seres!
Pois minha inspiração vem de um lugar que nem ao menos sei explicar.
Com uma frequência que não sei lhe mostrar.
E com uma beleza e força que jamais poderão julgar!
Ton Owl